Caracu || Rodeo e cervejão

O caracu é uma raça bovina brasileira. Os criadores de gado locais identificam o caracu com o chamado «gado quatrocentão», trazido pelos portugueses, muito rústico e capaz de esforços brutais. O gado caracu, ao que me explicaram, serve para «carregar carga e puxar arado», não tendo proximidade com a raça nelore, que os carnívoros apreciam devidamente e fazem rodar no prato. Pois em 1899 apareceu uma cerveja com essas características e com esse nome, Caracu: para puxar arado e carregar peso. Há alguns anos (em 1996, e com a ajuda do actor José Wilker, que lhe deu a voz) foi rejuvenescida, mas mantém o essencial do seu aspecto rústico – cerveja escura, amarga, com poeiras de levedura, muito «alimentícia». Tendencialmente stout, portanto, se não fosse uma certa timidez na espessura, o que, aliado à sua dança com o caramelo, lhe empresta um tom doce que seria dispensável. Cai muito bem no copo e não recomendo que se beba directamente da garrafa: convém misturá-la antes de a beber. A sua espuma é volátil (outro defeito) mas muito branquinha. Os brasileiros do interior, sobretudo da zona do centro-oeste e do sudoeste, habituados ao rodeo, ao churrasco e aos duos sertanejos, dizem que ela dá pique. Esperam que compreendam o que isso significa. Não a misturem com pó de guaraná. Ela, por si só, já é pique suficiente. Deus nos livre, se posso exprimir-me assim.
+MARCA: Caracu
Origem: Brasil
Álcool: 5,3
Avaliação: **