07.06.2006 - 19h02 Lusa
O livro "Longe de Manaus", de Francisco José Viegas, é o vencedor do Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores 2005.
Trata-se de um mais importantes prémios literários portugueses, no valor de 15 mil euros, e foi atribuído por maioria por um júri constituído por José Correia Tavares, que presidiu, Liberto Cruz, Luis Mourão, Luiz Fagundes Duarte, Serafina Martins e Teresa Martins Marques, informou a Associação Portuguesa de Escritores (APE).
Segundo a APE, o número de livros admitidos ao concurso (90) foi o maior desde a primeira edição do prémio, há 24 anos.
Dois dos seis membros do júri do Grande Premio de Romance e Novela da APE votaram na obra "A Voz da Terra", de Miguel Real, indicou a instituição.
O prémio é patrocinado pelo Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, Câmara de Grândola, Fundação Gulbenkian, Imprensa-Nacional Casa da Moeda, Instituto Camões e Sociedade Portuguesa de Autores.
Francisco José Viegas é actualmente director da Casa Fernando Pessoa, tendo exercido antes cargos de direcção em jornais e revistas.
Nascido em 1962 em Vila Nova de Foz Côa, viveu na aldeia de Pocinho até aos oito anos, mudando-se então com a família para Chaves, onde fez os estudos secundários. Formado em Letras pela Universidade de Lisboa, Viegas foi professor de Linguística na Universidade de Évora.
Jornalista, escreveu para jornais e revistas como o "Jornal de Notícias", "Diário de Notícias", "O Independente", "Visão", "Ler" e "Grande Reportagem". Actualmente, apresenta com periodicidade semanal programas culturais na rádio e na televisão.
Data de 1983 a sua estreia em livro, na Poesia, com "Olhos de água", a que se seguiram "As imagens", em 1987, o ano em que publicou o seu primeiro romance, "Regresso por um rio". A sua obra poética inclui ainda títulos como "Todas as coisas", de 1988, "O Medo do inverno seguido de poemas irlandeses", de 1994, e "O puro e o impuro", de 2004.
Na ficção, Viegas escreveu "Crime em Ponta Delgada", de 1989, "Morte no Estádio", de 1991, "As duas águas do mar", de 1992, "Um crime na exposição", de 1998, "Lourenço Marques", de 2002, e o agora premiado "Longe de Manaus", de 2005.
São ainda de sua autoria uma peça de teatro, "O segundo marinheiro", de 1988, e, publicado neste mesmo ano, um livro de viagens, "Comboios portugueses".
Várias das suas obras estão traduzidas na Alemanha e em França.
Francisco José Viegas distinguido com Grande Prémio de Romance e Novela da APE | ||||||||
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Francisco José Viegas, galardoado esta quarta-feira com o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores (APE), é um dos mais jovens escritores a receber esta distinção, atribuída a autores portugueses desde 1982. |
Viegas tem 44 anos. Nasceu em 1962 em Vila Nova de Foz Côa, fez os estudos secundários em Chaves, formou-se em Letras na Universidade de Lisboa e desenvolve desde então, a par da escrita, actividades múltiplas de divulgação cultural, na rádio, nos jornais e na televisão.
Hoje, numa primeira reacção ao anúncio do prémio, disse à Lusa ter ficado "surpreendido e ao mesmo tempo contente" com a distinção, que considera "um estímulo".
Viegas estreou-se nas letras em 1983, aos 21 anos, com uma recolha poética a que deu o título de "Olhos de água".
Quatro anos depois, publicou um novo título poético, "As imagens", e lançou a sua primeira ficção, "Regresso por um rio".
"Excelente poeta", na opinião do também poeta e ficcionista Vasco Graça Moura, o anterior vencedor do prémio com o romance "Por detrás da magnólia", Viegas deu já à estampa, 23 anos volvidos sobre a sua estreia, seis livros de poesia e nove de ficção.
Graça Moura, como aliás outros dos autores contactados pela Lusa - casos de Jorge Saramago e Agustina Bessa-Luís - não leu o hoje premiado "Longe de Manaus", mas tem da obra anterior do autor opinião positiva.
São, em seu entender, livros com "um resultado muito bom" e "grande eficácia literária".
Para Lídia Jorge, distinguida com o Grande Prémio em 2002, com o romance "O vento assobiando nas gruas", "Longe de Manaus" é "o melhor livro" de Viegas.
"É - disse à Lusa - um livro estupendo, que tem um enredo policial, mas também uma natureza psicológica e mítica, e que junta dos perspectivas, a portuguesa e a brasileira".
Baptista-Bastos entende ter sido "mais do que merecido" o Prémio atribuído a Viegas, porque "Longe de Manaus" é "um belíssimo romance de um grande escritor da língua portuguesa".
"Escreve - disse o autor de "Cão velho entre flores" - um português admirável, coisa que vai sendo cada vez mais rara nos escritores e nos jornalistas portugueses".
A obra ficcional de Viegas inclui títulos como "Crime em Ponta Delgada", "Morte no estádio", "As duas águas do mar" e "Lourenço Marques", romances assentes em tramas policiais mas não se limitando a um desenvolvimento linear desse "esquema".
Escreveu ainda uma peça de teatro, "O segundo marinheiro", e um livro de viagens, Comboios portugueses".
Actualmente, é o director da Casa Fernando Pessoa, em Lisboa.
O Grande Prémio de Romance e Novela da APE registou na edição deste ano um número recorde de obras concorrentes, 90. O seu valor pecuniário é de 15.000 euros.
Nas anteriores edições foram distinguidos autores como José Cardoso Pires, Augusto Abelaira, Saramago, Agustina Bessa-Luís, David Mourão Ferreira, Vergílio Ferreira, Mário Cláudio e António Lobo Antunes.
Agência LUSA
2006-06-07 20:32:02