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Nas cervejas, como em muitas outras coisas da nossa vida, há obsessões e hábitos adquiridos com a prática.
A Super Bock é um dos selos da identidade do malte & lúpulo português – e, convém esclarecer, não tem nada a ver com a designação
bock, que diz respeito a uma cerveja de sabor intenso, de teor alcoólico mais elevado (chega aos 16 e, no caso das Dopplebock, aos 18%), ligeiramente mais doce, originária de Einbeck (Baixa Saxónia) e que depois adquiriu diferentes significados – todos eles relacionados com a “qualidade do fabrico”. Durante muitos anos, o principal argumento do bebedor de cerveja em favor da
Super Bock tinha a ver com a sua leveza de carácter. Era um ponto a seu favor, admito: transparência mais admirável no copo, uma espuma aceitável (ainda que sem muita densidade) que protegia o borbulhar, cor mais apetitosa em meses de canícula. Na verdade, era a
lager portuguesa mais fácil de beber. Essa característica não se alterou muito: a
Super Bock mantém um tom de frescura, ligeiramente afrutado e que tem vindo a melhorar. Na boca, começa por ter um vigor intenso que depois passa a amargo. Os seus apreciadores detectam esse final muito equilibrado que não lhe retira peso como uma cerveja que cumpre a sua função – dessedentar, refrescar, ser uma
pale lager de referência, seca de paladar e limpa quando vista diante da luz. Há cervejas que têm apenas essa característica e não vem daí mal ao mundo.
+ MARCA: Super Bock
Origem: Portugal
Álcool: 5,6%
Avaliação: ***