A Sagres é a mais tradicional das cervejas portuguesas, nascida em 1940. Exactamente: durante a Exposição do Mundo Português e as comemorações do Império. Daí que, doravante, a sua história esteja, também, ligada à história do design de bebidas em Portugal e, na verdade, à história da própria cerveja entre nós. Durante anos criou-se a ideia, sem dúvida desmesurada e estranha, de que se tratava de uma cerveja pesada. Erro. A Sagres foi, quase sempre, uma cerveja bem feita, bem preparada e, enfim, razoável. Os seus apreciadores detectavam nela uma simplicidade atraente e natural que os bebedores mais jovens não conseguiram compreender. Cometeram-se algumas maldades contra a Sagres. De alguma maneira, a cerveja evoluiu e abriu mais o paladar e a sua cor. Na boca reconhece-se a suavidade do malte, um tom seco, e a presença do lúpulo. Tem algum corpo, reflexos dourados, e um tom amargo que se solta do último suspiro do bebedor; a espuma é muito aberta, o que é uma pena porque muitas vezes se perde – mas o bom apreciador sabe como obter uma espuma correcta e suculenta. Sedosa, textura bastante aceitável, nada que lembre uma cerveja aguada e sensaborona, própria para almas desinteressantes.
+MARCA: Sagres
Origem: Portugal
Álcool: 5,1%
Avaliação: ***