A minha peregrinação em busca da ruiva ideal passa, necessariamente, pela Super Bock Abadia, que foi um sucesso de mercado, tal como a sua rival directa, a Sagres Bohemia. Eu aprecio este tipo de cervejas, onde a coloração se obtém a partir de maltes trabalhados e intensos. O resultado é uma cerveja com certo tom de caramelo, de reflexos alaranjados e vagamente amargos. A Abadia não tem o amargor de outras cervejas semelhantes; pelo contrário, é suave e muito ao gosto popular, o que nem sempre é bom, embora garanta presença e acabe por tornar os seus bebedores em cidadãos mais exigentes. Bem vistas as coisas, a Abadia regista pouca intensidade para uma ale, que poderia ser bem mais “amanteigada” e com corpo mais denso. Aquele leve piquinho de citrino acaba por se transformar em sabor de frutos maduros, o que lhe dá um certo ar exótico. Mantém uma das características da Super Bock no andamento lager – a frescura. Já quanto à sua espuma, convém agitar o copo para que ela não se perca. Ao volteá-la descobre-se uma respiração folgada e intensa (atenção aos 6,4% de álcool), muito adequada a cervejas deste tipo, que não pretendem apenas servir de refresco ou de antídoto contra o calor do Verão, mas também transmitir um sabor especial, neste caso ligeiramente adocicado e frutado.
+MARCA: Super Bock Abadia
Origem: Portugal
Álcool: 6,4%
Avaliação: ***